Forte atuação na negociação do recebimento de créditos de seus principais devedores é um dos fatores que contribuíram para essa situação de equilíbrio

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), empresa que administra o porto de Santos, estima encerrar o ano de 2007 com um superávit contábil de R$ 70 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 120 milhões verificado no exercício anterior. José Di Bella, diretor-presidente da empresa, comemora o fato, afirmando que esse resultado reflete a aplicação de medidas saneadoras visando redução de custos e aumento de receita.

Cabe enfatizar o saldo positivo de caixa da Codesp, com todos os compromissos pagos em seus vencimentos, sem dívidas em atraso com pessoal, fornecedores, prestadores de serviços, impostos, taxas, contribuições ou qualquer outra natureza de contas a pagar. “O fluxo de caixa vem sendo administrado de forma eficiente, permitindo a Empresa esse resultado”, comenta Di Bella.

A forte atuação na negociação do recebimento de créditos de seus principais devedores é um dos fatores que contribuíram para essa situação de equilíbrio. A meta da diretoria é ter profissional especializado cuidando exclusivamente da renegociação desses créditos e concluir as mais significativas ainda em 2008.

A Codesp estará iniciando a implantação de um novo modelo padronizado de Faturas e Notas Fiscais, com as correspondentes duplicatas, para atender com mais eficácia e de forma abrangente o faturamento, apresentando ao cliente um documento com mais informações e detalhamento.

Di Bella revela que “um novo modelo de gestão, que tem como motor gerador de resultados a delegação de competência, está sendo estruturado para que a administração do porto tenha uma nova visão e missão”. Destaca que as diretrizes traçadas pelo Governo Federal, através da Secretaria Especial de Portos (SEP), e as medidas estruturantes em andamento nos primeiros 100 dias desta administração, aliadas a exclusão da Codesp do Programa Nacional de Desestatização (PND), proposta na resolução publicada pelo Conselho Nacional de Desestatização (CND) no Diário Oficial do dia 27 de dezembro último, propiciarão o alicerce para mudanças ainda maiores. “Nossa principal meta é tornar o porto um promotor de negócios e interiorizar suas atividades”, explica. “Para isso temos que ter objetivos comuns e atuarmos em sintonia com o mercado.”

Com essa meta a nova diretoria está moldando a nova estrutura da empresa, abrangendo aspectos financeiros, de recursos humanos, planejamento das ações, expansão do porto, etc., reforçando o papel da Autoridade Portuária como agente regulador dentro do porto, na mediação de conflitos, no ordenamento dos arrendamentos e operações portuárias, tendo como meta adotar o sistema de governança corporativa. Para isso pretende promover um evento com os arrendatários de áreas, visando estabelecer, de forma conjunta, um planejamento estratégico para o porto de Santos.

A diretoria vem adotando, também, uma nova forma de atuação com seus colaboradores visando estabelecer o diálogo permanente. Nesse sentido foram realizadas duas reuniões, sendo uma com a diretoria e outra com o ministro chefe da SEP, Pedro Brito, e empregados da Codesp. Estará sendo viabilizado, ainda na primeira semana de janeiro próximo, um canal direto de comunicação do presidente com os colaboradores, na Intranet, através do “Fale com o Presidente”. Esta ferramenta contribuirá para a avaliação permanente das metas estabelecidas para a Empresa. Através dela o colaborador pode sugerir, reclamar ou recomendar. Uma nova forma de relacionamento com os sindicatos está sendo estabelecida, baseada em resultados, assim como o fortalecimento dos Conselhos de Administração e Fiscal e da Auditoria Interna.

A CODESP tem se empenhado em oferecer um atendimento cada vez mais amplo de informações sobre o porto de Santos. Esse esforço lhe conferiu a primeira colocação no ranking das estatais com melhor índice de transparência dentre as empresas da administração pública federal direta e indireta, conforme levantamento realizado pelo Instituto de Fiscalização e Controle – IFC. A avaliação envolveu 112 estatais, considerando o atendimento à lei que obriga tais órgãos a divulgar seus gastos pela Internet.

O crescimento em torno de 8% previsto para a movimentação de cargas do porto neste ano é outro fator gerador desse superávit. Concretizando-se as mesmas performances mensais apresentadas em novembro e dezembro do ano passado, o porto deve fechar seu movimento de cargas próximo a 82 milhões de toneladas ( t ), contra 76,2 milhões de t em 2006. Esta estimativa supera em 4,06% a previsão inicial, feita em dezembro de 2006, de 78,8 milhões de t.

O incremento estimado para as receitas operacionais (patrimonial tarifária) reflete o resultado na movimentação do porto, totalizando R$ 532 milhões, 4,31% acima do realizado em 2006. Somente com os arrendamentos foram arrecadados R$ 204 milhões e com as tarifas provenientes das operações de cargas outros R$ 328 milhões. Estes resultados são importantes porque consolidam o equilíbrio financeiro da Codesp, estabelecido através da renegociação de seu passivo, tanto no que se refere às dívidas públicas (junto ao Refis), quanto aos acordos firmados para pagamento de ações trabalhistas.