Apesar da queda da demanda no comércio exterior e da devolução de contêineres pelas companhias de leasing, no Brasil a situação não é tão grave.

A avaliação é do presidente da CBC (Câmara Brasileira de Contêineres, Transporte Ferroviário e Multimodal), Silvio Campos. “No Brasil, ainda está suportável. Não houve grandes devoluções, nem cancelamento de contratos. Agora, lá fora, sim. Principalmente no far east”, disse em entrevista ao Guia Marítimo.

Recentemente, a maioria das construtoras de contêineres anunciou redução drástica na produção dos equipamentos – são os casos das chinesas CIMC e CXIC. A primeira, a maior empresa do ramo, suspendeu a construção de equipamentos padrão.

No ano passado, a CIMC bateu o recorde e construiu 1,96 milhão de contêineres dry de 20 pés. Já a CXIC, terceira maior fabricante de contêiner, suspendeu a produção em quatro plantas na China e – já anunciou – a recuperação não deve ocorrer antes de março.

“O maior termômetro da crise é a China, que praticamente abastece o mercado mundial com 100% da construção de contêineres”, reconhece Campos. Antes da crise, saíam das fábricas no país asiático cerca de 200 mil equipamentos por mês.

Segundo Campos, contribui para o equilíbrio no mercado brasileiro de contêineres o fato de o Brasil participar com apenas 1,2% das trocas comerciais. Para o executivo, o setor que deve ser mais atingido é o de commodities, geralmente transportadas em break bulk. “O início do ano é um período em que as empresas se programam”, justifica, referindo-se às cargas manufaturadas, estas, transportadas em contêineres. Fonte: Guia Marítimo.