A operação, autorizada pela Alfândega do Porto de Santos, foi a solução encontrada para o transporte de contêineres por ferrovia como alternativa à proibição do uso das linhas férreas adjacentes ao Terminal da Libra.

Foi realizado nesta terça-feira, 15, com sucesso, mais um teste operacional para o serviço de trânsito aduaneiro de transporte de contêineres, utilizando o perfil multimodal disponível hoje no ambiente do SISCOMEX TRÂNSITO, comprovando a viabilidade das operações multimodais no Porto de Santos. A operação durou três horas e envolveu dezesseis unidades de cargas sendo onze contêineres de 40’ e cinco contêineres de 20’ destinadas ao CLIA CRAGEA, no interior de São Paulo.

A solução encontrada trata-se de uma alternativa à proibição do uso das linhas férreas adjacentes ao Terminal 35/36 da Libra. A paralisação ocorreu em quatro de novembro de 2008 e passou a impedir, desde então, o transporte ferroviário de contêineres em trânsito aduaneiro naquelas áreas.

Segundo números da Câmara Brasileira de Contêineres – CBC estima-se que a ferrovia tenha perdido cerca de 20 mil contêineres para o caminhão com esta proibição, gerando prejuízos diretos ao usuário do Porto de Santos, que passou a ter um custo logístico maior para realizar o mesmo transporte de suas cargas de importação do cais para o interior do Estado.

Ainda assim, a ação acabou por gerar ao usuário uma nova alternativa operacional. Com autorização da Alfândega do Porto de Santos, este novo teste, assim como o primeiro, foi realizado graças à possibilidade do trânsito aduaneiro no sistema multimodal e a parceria entre a Itri – Rodoferrovia e Serviços, habilitada como Operadora de Transporte Multimodal com reconhecimento deferido pela ANTT – Agência Nacional de Transporte Terrestre, e a Libra Terminais.

Os usuários do cais santista, que antes utilizavam as linhas férreas da Libra e ficaram dependentes de um transporte intermodal, agora terão uma redução de até 1/3 no lead time e no custo de movimentação, graças à solução operacional que está sendo viabilizada através da multimodalidade.

“A operação resume-se no deslocamento das cargas conteinerizadas de importação do Terminal 36 da Libra, por meio do modal rodoviário em trânsito aduaneiro, para transbordo dos contêineres na área do Teval, também da Libra, cuja parceria é essencial para minimizar problemas econômicos na formação dos trens expressos de contêineres no modelo de shuttle (serviço de trens diários com horários pré-fixados) fora do porto organizado”, explica Washington Soares, diretor da ITRI.

Segundo Soares, já no primeiro teste operacional no ambiente de trânsito aduaneiro, a sinergia operacional foi essencial, desde a gestão pública à privada, neste último teste, com a participação grupo Libra Terminais (TAP36 e Teval). “Ao cumprir o nosso papel, de Operador de Transporte Multimodal, por meio de políticas públicas com base na Lei 9.611/98, minimizamos aos usuários do porto de Santos as principais barreiras da complexidade operacional do sistema multimodal. Com a multimodalidade é possível prover mudanças organizacionais, driblar gargalos e minimizar problemas de ausência de infraestrutura em determinadas localidades e criar novas alternativas à demanda de contêineres das principais indústrias e montadoras localizadas na região do ABC e que já se utilizavam o sistema de trânsito aduaneiro por DTA PÁTIO, antes da paralisação da operação ferroviária no corredor de exportação”, conclui Soares. Fonte: Portal NewsComex – 16/09/09