O custo do transporte marítimo de commodities já declinou 92,4% desde maio, refletindo o impacto da crise financeira sobre o comércio internacional, alertou ontem a Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).
Mais de 80% do comércio global de mercadorias é transportado por navios. Depois de uma explosão de preço no começo do ano, o Baltic Dry Index (BDI), um dos principais indicadores de custo de transporte marítimo, declinou de 11.793 pontos em maio para 891 pontos no começo deste mês, para os contratos atuais.
O custo do frete representa uma parte elevada do valor final dos produtos negociados. Assim, menor custo do frete acaba resultando em menor preço das mercadorias negociadas. Mas a tendência afeta diretamente os grandes transportadores.
A agência da ONU diz que o efeito imediato para os países em desenvolvimento é misto. De um lado, produto mais barato atenua a pressão inflacionária. De outro, uma queda súbita do BDI é acompanhada por menor procura de navios, aumentando os efeitos da crise financeira sobre o consumo global por mercadorias, segundo a agencia da ONU.
Até o primeiro trimestre, a demanda por serviços marítimos provocou uma alta de preços sem precedentes para o transporte de minério de ferro, grãos, bauxita, fosfato e outros produtos.
Um navio chinês, por exemplo, chegou a ser contratado por US$ 303 mil por dia para transporte de minério de ferro do Brasil para a China, preço três vezes maior do que no mês anterior.
Por: Valor Econômico