Vendas externas do setor de fruticultura devem superar US$ 100 milhões este ano, ampliando em 26% o desempenho de 2007
Nem mesmo a crise econômica norte-americana será capaz de inibir o crescimento das exportações cearenses de frutas. É o que prevê o presidente do Instituto Frutal, Euvaldo Bringel, que está otimista em relação ao desempenho da fruticultura do Estado em 2008. A expectativa é que as vendas externas do setor superem os US$ 100 milhões, ampliando em até 26% o desempenho obtido no ano passado, quando as vendas externas cearenses envolvendo frutas frescas, minimamente processadas e polpas congeladas somaram US$ 77,2 milhões. O volume é 56,2 % maior que os US$ 49,4 milhões obtidos em 2007.
As expectativas positivas têm explicação. ´As frutas do Ceará são exportadas basicamente para Europa e não para os Estados Unidos´, argumenta Bringel, que aposta também na tendência mundial de consumir a cada dia alimentos mais saudáveis. ´A população está ficando mais madura, aumentando o potencial do consumo de frutas´, diz. O aumento do poder aquisitivo no País e no mundo também favorece o crescimento. ´Sempre quando se ganha mais, as pessoas tendem a comer melhor. E a procura por frutas cresce, naturalmente´, avalia Bringel.
Em 2007, as exportações de frutas frescas do Ceará apresentaram crescimento de 22,8% em volume físico, na comparação com 2006, com o embarque de 124 mil toneladas. O carro-chefe das exportações cearenses de fruta foi o melão, com US$ 41,9 milhões em 2007, contra US$ 29,1 milhões, no exercício anterior. Neste caso, o incremento foi de 44,1%. Em seguida, figura o abacaxi, com US$ 15,8 milhões — 168% a mais do que os US$ 5,9 milhões exportados em 2006. A melancia passou de US$ 4,1 milhões para US$ 5,2 milhões, uma elevação de 26,8% no período.
Pecém
O presidente do Instituto Frutal destaca o papel fundamental do Porto do Pecém para o escoamento das frutas cearenses. Pelo terminal marítimo, localizado em São Gonçalo do Amarante, passaram 163 mil toneladas de frutas frescas, incluindo não só as exportações do Ceará, mas de outros estados do Nordeste. ´O Pecém movimenta mais frutas do que o Porto de Santos´, afirma. Segundo ele até mesmo os embarques de frutas congeladas produzidas no Estado cresceu: de US$ 3,3 milhões, em 2006, para US$ 7,8 milhões, no ano passado — incremento de 136%.
Para Bringel, as mudanças tecnológicas incorporadas pelos produtores cearenses, juntamente com o fomento da produção irrigada, fizeram do Ceará um dos destaques nacionais nas exportações de frutas frescas. ´Há 15 anos, o Estado ainda dava os primeiros passos na fruticultura e floricultura´. (Fonte: Diário do Nordeste – Fortaleza,CE)