O Brasil caiu 20 posições no Índice de Performance em Logística (LPI, na sigla em inglês) calculado pelo Banco Mundial. O País aparece na 65ª colocação do ranking de 160 nações divulgado nesta quinta-feira (20) pela instituição. Na última edição, apresentada em 2012, estava no 45º lugar. A lista faz parte da pesquisa Conectando para competir 2014: logística comercial na economia global.

O índice mede o desempenho dos países em diferentes áreas que influenciam a movimentação de mercadorias, como os serviços alfandegários, a qualidade da infraestrutura de transportes, a pontualidade das entregas, o custo do frete, entre outras.

Para o Banco Mundial, “há um reconhecimento quase universal de que uma cadeia de fornecimento pobre é a maior barreira para a integração comercial no mundo moderno”. Segundo a instituição, os critérios avaliados são cada vez mais reconhecidos como “importantes para o desenvolvimento”.

“O LPI tenta mostrar uma realidade bastante complexa: os atributos da cadeia de fornecimento”, disse Jean-François Arvis, economista sênior da área de Transportes do Bird e criador do índice. “Em países com custos de logística altos, geralmente não é a distância entre os parceiros de negócios que mais contribui para estes custos, mas a confiabilidade da cadeia de fornecimento”, acrescentou. Ou seja, ter uma logística eficiente significa mais competitividade.

No caso do Brasil, o especialista em comércio Daniel Saslavsky, membro da equipe que elaborou o índice, disse que todos os seis componentes do LPI tiveram queda em comparação com o relatório divulgado em 2012.

“O Brasil mostra uma tendência negativa em performance, mas o desempenho de outras nações também tem impacto no ranking do País. Vários países melhoraram [suas posições] em comparação com a edição anterior e isso acabou empurrando a colocação do Brasil para baixo”, afirmou Saslavsky em comentário enviado por e-mail à ANBA.

O Brasil obteve 2,94 pontos no índice deste ano, contra 3,13 no de 2012, o que equivale a 62,3% do desempenho do primeiro colocado, a Alemanha. Saslavsky acrescentou que o resultado reflete a avaliação de operadores brasileiros da área de logística sobre o ambiente de seu próprio país. A pesquisa completa foi feita com mais de mil profissionais do ramo ao redor do mundo.

“Em comparação com 2012, uma maior porcentagem de entrevistados indicou a que os preços e taxas pagas por logística [no Brasil] são altas e que a qualidade da infraestrutura é baixa”, destacou o especialista. “Além disso, o tempo de liberação [de mercadorias] nas fronteiras aumentou substancialmente na visão dos operadores”, concluiu.

Entre os Brics, o Brasil só ficou à frente da Rússia, que está na 90ª posição no ranking. Frente às nações árabes, o País está atrás dos Emirados Árabes Unidos, que ficou no 27º lugar, Catar (29º), Arábia Saudita (49º), Bahrein (52º), Kuwait (56º), Omã (59º) e Egito (62º). Um país árabe, a Somália, ocupa a última posição da lista global. Nas duas primeiras edições do LPI o Brasil ficou na 61ª colocação, em 2007, e na 41ª, em 2010.

O Banco Mundial informa que a diferença de performance entre os países que estão no topo e os que estão no final do ranking é ainda bastante grande, apesar de uma pequena “convergência” observada a partir de 2007.

A instituição avalia que esta distância persiste em função da complexidade de realização de reformas e investimentos na área de logística em países em desenvolvimento, mas, de forma geral, há alguma melhora.

Fonte: ANBA.